Efeito de notícias americanas em carteiras de ações listadas na B3

  • Autor
  • Mikelline Carla de Lima Melo
  • Co-autores
  • Kleber Formiga Miranda , Lucas Lucio Godeiro
  • Resumo
  • O artigo se insere na literatura que considera a análise textual como uma das formas viáveis de se analisar o comportamento humano sob as diversas vertentes, avançando sob a análise da relação entre notícias e o mercado de capitais. Compreendendo a sensibilidade, por parte dos investidores, às notícias e informações disponibilizadas, por evidências observáveis e sabendo que estas provocam influências no movimento de indicadores do mercado financeiro. Consoante a isso a pesquisa analisou, portanto, a relação entre retornos de ações de carteiras e índices de sentimento baseado em notícias relativas ao mercado acionário americano, justificada pela influência dos investidores estrangeiros no volume negociado na bolsa brasileira (46%, em média, no ano de 2020). Partiu-se do pressuposto de que esses investidores utilizarão as notícias como parâmetro para tomada de decisão em seus investimentos, já que o Brasil oferece taxas de juros mais altas, caracterizado como poder de atratividade para tal, embora associadas ao seu risco. A análise abrange o período de julho de 1995 a dezembro de 2019. Foram aplicados à pesquisa um dicionário fixo de palavras, onde é utilizada uma lista de termos pré-definidos que por conseguinte não variam com o tempo (LOUGHRAN; MCDONALD, 2011) e um dicionário dinâmico, baseado em palavras de maior poder preditivo das minutas do FED que variam no tempo (GODEIRO; LIMA, 2019) para definição do indicador de sentimento do investidor baseado no conteúdo das notícias. Após definido o índice, avaliou-se o impulso-resposta do seu efeito sobre carteiras criadas com base em características e empresas listadas no mercado acionário brasileiro. A análise realizada por meio de vetores autorregressivos (VAR) demonstrou que o índice de notícias captado pelo dicionário dinâmico possui maior influência nos retornos das carteiras baseadas no tamanho (valor de mercado), no valor (índice Market-to-book) e no mercado (retorno de todas as empresas). No geral, os resultados sugerem haver um retardamento de 2 a 3 meses na reação dos retornos das ações brasileiras às notícias do mercado americano. Nessa linha, percebe-se a possibilidade de efeitos ocorridos no mercado americano demorarem a refletir para o mercado brasileiro. Como implicação prática, tem-se que eventos ocorridos no mercado americano podem ser usados como preditores para alterações nos preços das ações do mercado brasileiro até 3 meses após seu acontecimento.

  • Palavras-chave
  • Sentimento textual, Retorno das ações, Carteiras, Notícias, Dicionário dinâmico.
  • Área Temática
  • Ciências Sociais Aplicadas
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